Apostar nas festas populares. Os Santos Populares
Há aproximadamente um ano estava a apanhar o avião em Jakarta com destino a Phuket. O objectivo, para além de explorar a Tailândia, era partir até à mais famosa festa no seio dos backpackers que viajam pelo sudoeste asiático, a FULL MOON PARTY, que se realiza na ilha de Koh Phangan. Esta festa é uma forma de comemoração das noites de lua cheia, onde se acredita ser altura de unir as pessoas e de re-criar a vida, e como se pode imaginar, a principal atracção desta ilha.
Agora por Portugal, não pude deixar os mais variados bailaricos dos bairros populares Lisboetas. A Bica, Graça ou Alfama são o ponto de encontro durante o mês de Junho em Lisboa. Não escondo que o ponto alto é a grande noite de dia 12 onde se celebra os 7 séculos de devoção ao santo padroeiro, o Santo António, onde os visitantes de todos os géneros, feitos e idades se encontram e confraternizam em harmonia e simplicidade.
A música popular portuguesa predomina, no entanto de esquina em esquina o conceito muda e facilmente se encontra Swedish House Mafia ou mesmo algo mais electrónico como Steve Aoki nas barracas de bebidas e comidas. Escolher o sítio para dançar depende do gosto musical de cada, mas o mais divertido é, sem dúvida alguma, seguir a maré de pessoas pelas ruas e ruelas ao som dos diversos ruídos.
O cheiro único a sardinha também não se sente no calor da tailândia, mas uma coisa é certa, faz parte da verdadeira experiência que são os Santos Populares. Decidi partir para Porto o fim de semana passado para festejar o São João, o santo padroeiro de muitas cidades no norte. Uma noite de verão fantástica, presenteada com lua cheia no seu perigeu, o ponto de maior aproximação à terra. Voltei a sentir o quão únicos são estes rituais, do martelo, do manjerico, da sardinha e da bifana, tal como na Full Moon Party. Pode ter sido um acto de nostalgia, mas a verdade é que me senti a viver a Full Moon Party em Portugal e inevitavelmente a pensar, porquê é que estas festas não são conhecidas na comunidade de backpackers que viaja pela Europa. Porque é que as nossas principais cidades (Lisboa e Porto) ainda não fazem parte do roteiro obrigatório. Têm festas, têm história, têm alma, têm rio, têm luz e têm personalidade.
Porquê é que não se promove o mês de junho como o roteiro obrigatório das festividades dos backpackers. Faz um ano em que estava na Tailândia e a comparação veio-me imediatamente à cabeça. É mês de festa para todos os gostos. É mês de celebração das cidades. É mês para promover as nossas cidades.