Krui, Sumatra: Um lugar para voltar




Desta vez decidi ir explorar o sudoeste de Sumatra, Krui. Entre aviões tive de fazer escala em Bali e Jakarta. Estava com vontade de voltar a encontrar o rebuliço de Kuta em Bali. Perder-me nas bancas de souvenirs a regatear preços e, claro, a acabar por comprar aquilo que só estava a negociar por pura brincadeira. Bali, do pouco tempo que tive para ver, continua igual. Misticismo, boa comida, confusão e muita festa. Não me importava de passar os restantes dias neste caos agradável, mas a quantidade de fotografias e elogios que ouvi sobre Krui, este pequeno paraíso na indonésia,  foram incontáveis e estando a planear a minha viagem pelo sudoeste asiático, tinha de ser passagem obrigatória durante 10 dias, apesar de me aventurar sozinha. Queria poder surfar, que é o que tenho sentido mais falta. Relaxar do tempo que tenho andando de mochila  às costas, dormir confortavelmente e voltar a encontrar sorrisos amigáveis. Posso dizer que foi o retiro espiritual de que estava a necessitar. 




Esta zona está repleta de ondas e funciona sempre, o que me deixou bastante contente. Infelizmente não tive tempo para poder surfar a enorme quantidade de ondas que tem, apenas fiquei segura que terei de voltar. Pude, contudo, surfar as mais mediáticas ondas, praticamente sem crowd. Simplesmente aproveitei cada momento e cada onda para ganhar vitalidade e confiança. O swell ao ficar pequeno não condicionou o surf, havia sempre a matinal garantida, mas assim permitiu explorar outros tesouros e algumas atracções, como o café Ratu Luwak e a Banana Island. Pois é, tive oportunidade de beber o café mais caro do mundo, dizem. Um café no mínimo especial!! Um processo de fabrico completamente fora do normal, onde o luwak come os grãos de café e através das suas fezes, começa todo o tratamento. Não foi o melhor café que provei, mas o modo como o café é feito na indonésia não deixa sentir os verdadeiros aromas, que neste caso até pode ser bom. Aliás há quem pague 50€ por um expresso destes na Europa. Terei de esperar até Portugal, para poder experimentar a pequena amostra que trouxe numa verdadeira máquina de expressos. 



Apesar de me ter aventurado sem saber o que me esperava, a atmosfera do Paradise Surf Camp rapidamente me envolveu e acabei por nunca estar ou me sentir sozinha. Na verdade, como eu, estavam a grande maior parte dos hóspedes. É assim que nos abrimos aos outros e partilhamos experiências de viagem, ondas surfadas e emoções. Assim que cheguei todos os receios acabaram e a vontade de prolongar a estadia era mais que muita.



Não consigo explicar como é possível vir pela terceira vez à Indonésia e continuar a querer voltar. A simplicidade da vida nesta parte do mundo é algo que nos deixa presos a uma reflexão profunda sobre o rumo que damos às nossas vidas, nesta sociedade consumista e capitalista. A humildade, simpatia e espontaneidade do povo indonésio faz-nos crescer, valorizar o prazer que é a vida. Basta um simples sorriso inocente de uma criança, seguido de um breve aceno ao “hello Miss’s”. 


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