Nova Zelândia: Christchurch
Ao caminhar pelas ruas de Christchurch, a segunda maior cidade da Nova Zelândia, senti-me a entrar num outro mundo. Um mundo acabado e devastado.
Quanto mais o homem tenta controlar a mãe natureza mais ela o devasta.
Os vestígios do terramoto que atingiu esta cidade em Fevereiro de 2011 ainda são visíveis e muito sentidos pela população. Senti medo, terror ao pensar que um dia pode voltar a acontecer o mesmo na minha cidade, Lisboa. O centro de Christchurch está fechado e é impossível caminhar pelas ruas sem ser impedido por uma grande vedação. Ruas cortadas e vazias, destroços, prédios devolutos, máquinas demolidoras e muitos sinais de trânsito temporários completam e preenchem a cidade depois deste dramático episódio.
Apesar da maciça destruição ser notória, é fácil ver o esforço da população para recuperar, limpar e dar vida à cidade. Segundo um artigo que encontrei num café local, Christchurch está a olhar para grandes exemplos como Los Angels, bem como a envolver os seus cidadãos nos projectos que irão reconstruir todo o centro da cidade. Pode-se dizer que é a construção de uma nova cidade na era 2.0, onde a gente local e os seus interesses não foram esquecidos. 106 000 foi o número de ideias que surgiram aos habitantes de Christchurch sobre como seria a sua cidade daqui a uns anos.
O projecto re:Start é um bom exemplo da força e persistência da população para reanimar o centro da cidade e o comércio local. Um total de 27 coloridos contentores dão espaço às lojas do centro da cidade, que neste momento estão em ruínas. O complexo inclui lojas de todo o tipo e uma área de restauração. Durante o fim de semana, dá também espaço ao mercado local. Poder observar o esforço para recuperar uma cidade em ruínas é algo que demonstra a força de vontade local.
Passear pelas ruas de Christchurch é como passear numa cidade fantasma, abandonada, desinteressante. No entanto conviver com os locais, observar o seu carinho e dedicação é uma agradável experiência.